8 de outubro de 2010

“Não acreditem no impossível”! Agradecimentos.

Uma pequena historinha

Havia um homem que já não sonhava, e desta forma vivia a caminhar sem rumo pelas ruas e vielas dos guetos que sua sorte o tinha apresentado.

Não era velho, nem jovem, teria perdido o sentimento da liberdade a muito, caminhava a beber para matar a fadiga dos trabalhos dolorosos que o mundo lhe atribuía.

Nem as caminhadas, nem a bebedeira infame, muito menos as dores haveriam de fazê-lo esquecer os sonhos da juventude. Para ele a realidade teria transformado-se numa cruz de pedra, grandiosa e pesada, tanto, quanto a do próprio Cristo a séculos pregado por suas falácias desagradáveis aos donos do poder.

Não tinha sido crucificado como Cristo, porém a morte era sua vida e a vida tinha cheiro e cores da própria morte. Seus sonhos a muito o perturbava, era o desejo mais profundo pela liberdade e pelo próprio resgate da vida.

Ao caminhar como errante, como muitos personagens das literaturas que lia quando jovem, lembrou um dia de uma caixa de projetos que a tempos tinha montado com amigos e amigos. Os amigos se foram, também tinham ao longo do tempo abandonado os projetos de liberdade.

Quando o homem ao chegar em casa, sem tempo para tomar alguns goles de água para refrescar a garganta seca do duro sol que esquentava sua cabeça. Apressou-se a buscar a velha caixa que guardava em cima de um guarda-roupa, mais ao procurar não encontrou e nervoso por relembrar os sonhos vasculhou toda a casa, desesperado chorou, e chorou.

Ao perceber uma porta entre aberta, lá estava seu filho sentado no chão com muitos e muitos papeis e algumas canetas a mão. O homem desesperado percebeu-se do problema que estava a sua frente. Os sonhos se foram pensava ele, os sonhos se foram! Gritou com o filho pequeno, buscando alguma explicação lógica para que aquela criança esta a destruir projetos e sonhos.

Foi quando depois de gritar perguntas ao filho de 10 anos, o homem foi respondido com calmas palavras.

- Pai, encontrei em seu quarto uma caixa que estava escrita “meus sonhos”, ao olhar dentro dela encontrei papeis com escritos quase apagando-se e desta forma fortaleci os traços dos seus e com os papeizinhos que estavam em branco escrevi outros e outros projetos e sonhos que um dia realizarei.

Mas, afirmou o menino ao seu pai, que seus sonhos ele guardava nos bolsos e não numa caixa escura, suja e abandonada em cima de um guarda-roupa.

O homem ao deixar cair a ultima lagrima, sentia uma forte vontade de sorrir, sorrir como na juventude. Percebeu que os sonhos não tinham morrido como o Cristo na cruz, apenas estavam guardados em uma caixa escura e velha que o pequeno filho teria recém descoberto.

Não acreditem no impossível”! Agradecimentos.

Como nessa pequena historinha do homem que escondeu seus sonhos e projetos num guarda-roupa que só seu filho pequeno encontrou, os libertando para serem vivenciados sem medo. Iniciamos também no começo deste ano de 2010 parte de um projeto carregado de sonhos, sonhos de um dia conseguirmos construir nesse país a verdadeira justiça e igualdade, onde não existam trabalhadores sem teto, sem terra, jovens sem acesso a educação, homens e mulheres sem saúde e a caminhar sem rumo a procura de seus próprios sonhos perdidos.

Demos continuidade a uma longa luta que diariamente está em curso no Brasil e no mundo, a luta desenvolvida por milhões e milhões de militantes pela causa da revolução socialista. Neste ano, além de estarmos envolvidos em diversas lutas com os movimentos sociais pela reforma agrária, em defesa da moradia, das áreas tradicionais e do transporte público, decidimos romper as cercas e assumir uma posição política frente a despolitização vivenciada nas ultimas décadas, principalmente no que refere-se ao processo eleitoral.

Muitos camaradas não compreenderam nossa posição, de desejo militante de colaborar ainda mais no projeto de construção de uma nova sociedade, desejo que nos fez lançarmo-nos, nos doamos e nos expomos abertamente para que de alguma forma as propostas e problemáticas dos movimentos sociais estivessem sendo apresentados mais uma vez ao conjunto da sociedade. Assim como fazemos quando ocupamos universidades, prefeituras, câmara de vereadores, latifúndios para denunciar, reivindicar e propor políticas que construa a consciência coletiva que nos levara a um processo de ruptura com o atual sistema de injustiça, morte e desesperança, por esse motivo entramos no processo eleitoral 2010. Com duas candidaturas articuladas (Ivan Rocha e Willian Conceição) com um projeto maior puxado pelo companheiro Plínio de Arruda Sampaio que consistia em falar sobre o Brasil real e cruel que estávamos vivenciando de norte a sul do país é que aceitamos o desafio.

Entramos e saímos confiantes na luta construída diariamente nas comunidades e nos espaços que transformamos politicamente, não seria justo aqui não expomos a experiência conquistada nesses três meses de campanha. Experiência garantida ouvindo as pessoas, voltando as comunidades onde sempre estivemos militado, nas tentativas de apoios que não vieram, apreendemos que o sonho de um mundo sem desigualdade deve ser construído e que a realidade social que mais uma vez presenciamos é cruel e desoladora.

Tivemos muitas dificuldades em todo esse processo, leia-se financeiras e de disponibilidade de tempo para que tivéssemos na rua, esses entraves nos impediram de alcançarmos melhores resultados, não somente os resultados das urnas, mais o resultado de reunir mais e mais pessoas para juntos pensarmos e publicizarmos aquilo que ajudamos a construir nas lutas diversas que estamos envolvidos. Nosso lema nessa eleição foi “Ocupar todos os espaços para fortalecer a luta popular”, analisando que estamos em um momento critico da própria construção das lutas sociais.

Portanto, a luta continua! Desta forma quero agradecer a todos que disponibilizaram seus votos, que ajudaram a divulgar nossas propostas e sonhos e que foram agentes nesse processo, pra além do votos, nosso resultado significou confiança e desejo da mudança radical para uma nova sociedade. Continuaremos construindo as lutas e fortalecendo o PSOL como alternativa capaz de mobilizar e organizar os lutadores na busca do acumulo de forças para construirmos o Brasil socialista que queremos.


Atenciosamente,

Willian Conceição

PSOL Santa Catarina

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